O futuro do trabalho já chegou e para estar preparado para as demandas, é preciso desenvolver competências comportamentais: aquelas que a tecnologia nenhuma consegue reproduzir.
Até o final da década de 1990, empresas mais organizadas e que já investiam em uma equipe de Recursos Humanos dedicada às pessoas – quase um privilégio há mais de 20 anos – utilizavam uma descrição de função bastante tecnicista e que não se alterava durante longos períodos. Neste documento valioso, era possível saber quais eram os requisitos para desempenhar bem a função… As competências técnicas necessárias.
Mais recentemente, quando as empresas perceberam que contratavam excelentes técnicos e os demitiam pelo péssimo comportamento, ficou claro que algo precisava mudar no momento da contratação e na gestão dos colaboradores. Foi então que as competências comportamentais começaram a brilhar.
E essas competências têm se tornado aliadas para as organizações mais inovadoras. Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, comentou sobre isso em entrevista dada ao Estadão, em 2020:
“Cada vez mais as características socioemocionais devem ser valorizadas pelas empresas”.
Nas últimas duas décadas, pudemos acompanhar o quanto as competências comportamentais se tornaram indispensáveis para empresas alcançarem seus objetivos por meio das pessoas. E o mesmo vale para as pessoas, que puderam colocar e tirar seus sonhos do papel, traçando caminhos e metas reais, para atingi-las com segurança, tanto na vida profissional quanto no pessoal.
Mas, hoje, sabemos que tudo está diferente. Afinal, a partir de 2020, todas as relações foram colocadas à prova, não é mesmo? O home office, que para alguns ainda engatinhava, se tornou uma realidade da noite para o dia, para milhares de empresas em todo o mundo. Eu soube de empresas que fizeram o onboarding e o desenvolvimento de times inteiros totalmente on-line!
Por isso, eu me pergunto – e claro, pergunto a você também: como devemos nos preparar e preparar nossos times para o futuro?
A ERA DA TRANSFORMAÇÃO
Nós vivemos um momento de transformação veloz, graças ao avanço acelerado da tecnologia; fato que impacta a sociedade, o mercado de trabalho, a vida e a construção da carreira.
Coisas que pareciam impossíveis, hoje já são uma realidade. Assim, novas profissões estão surgindo, outras deixando de existir, e a competitividade aumentando. Toda e qualquer área de atuação tem sido impactada pela tecnologia, umas mais, outras menos.
Mas, o que temos assistido é, efetivamente, à uma transformação contínua. Veja, podemos ter lido ou ouvido algo hoje pela manhã e, horas depois, tudo aquilo que sabemos sobre o tema já se tornou notícia velha.
Isso quer dizer que nada mais é previsível. Mesmo aquelas competências técnicas que aprendemos ontem e já estão sendo colocadas em prática, podem já não fazer sentido amanhã.
E o rol de competências comportamentais, com termos que você achou que não fossem exatamente para o seu cargo, são mais importantes do que nunca.
Quer ver como isso funciona na prática? Digamos que, no seu mapa de carreira, você optou por uma carreira de especialista. A skill liderança estava listada lá, mas no final da sua lista de prioridades de desenvolvimento.
Eis que, com a pandemia, você precisou desenvolver um projeto. Precisou DELEGAR, ACOMPANHAR, COBRAR e AVALIAR atividades realizadas por outras pessoas, de outras áreas, inclusive. Se você ainda não conseguiu visualizar onde eu quero chegar, eu conto: você precisou desempenhar comportamentos de um líder, coisas que nunca tinham passado pela sua cabeça ou que você nem imaginava ser capaz de executar. Ou pelo menos, não sem estar preparado para isso.
Pois é o que tem acontecido.
Esse é o exemplo de como temos de estar daqui para frente: preparados para coisas que ainda não sabemos! Esse é o nosso desafio.
E O QUE TEMOS DE FAZER?
Apesar da complexidade do cenário, a resposta para esse enigma é uma só: precisamos desenvolver continuamente as competências especificamente humanas, aquelas que a tecnologia não é capaz de reproduzir. São as habilidades comportamentais (também chamadas de socioemocionais) que, no ambiente profissional, são hoje conhecidas como soft skills.
Por um lado, é bom saber disso. Afinal, já temos vivido essa necessidade de desenvolvimento ao longo das últimas 2 décadas. Muita gente resistiu, mas agora, não tem mais como fugir.
Mas, reforço que é importante desenvolvê-las simultaneamente com o conhecimento técnico/específico. Essa é a maior exigência desse novo mercado. “Não é uma ou outra” é “uma complementando a outra”, na busca da conquista do equilíbrio em um processo contínuo de desenvolvimento profissional e pessoal.
O que posso dizer para tranquilizar você é que hoje existem muitos processos que ajudam empresas e pessoas a se desenvolverem de forma orgânica e sustentável. Algumas delas:
- coaching individual e em equipe, especialmente no caso das empresas;
- treinamentos comportamentais, com foco no crescimento dos negócios;
- preparação de sucessores para cargos de liderança;
- mentorias de carreira; e
- consultoria especializada.
Inclusive, se você quiser entender a diferença entre cada um desses métodos de desenvolvimento humano, indico a leitura do meu artigo “O que é coaching”. Tracei um comparativo entre os processos e é possível compreender que eles podem trabalhar juntos ou separadamente; basta analisar o cenário em que você está inserido e, claro, contar com o suporte de profissionais qualificados para cada uma das abordagens.
Como você pode imaginar, eu sou uma entusiasta do desenvolvimento humano e acredito no potencial das pessoas de poderem se ressignificar. Por isso, produzi a palestra “Os desafios do profissional do futuro”.
Nesta palestra, eu apresento quais são os comportamentos que precisamos aperfeiçoar ou desenvolver, sua importância e como desenvolvê-los, para que cada um que tem um propósito na vida possa se tornar, realmente, o protagonista de sua própria história. A palestra oferece uma experiência dinâmica, mas com técnica, orientação e dicas práticas.
Vamos juntos explorar o potencial humano para um futuro brilhante?